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Automóveis povoam o imaginário dos entusiastas pelos mais diversos motivos. Isso desde os superesportivos dignos de pôster, que encabeçam a vanguarda tecnológica, até os mais usuais, que rendem grandes histórias com amigos e família. No entanto, não há melhor forma de celebrar a relação entre pessoa e máquina como um belo carro clássico, de coleção.
Mas há controvérsias. Tem gente que espalha aos quatro cantos que a indústria não cria mais carros clássicos tão memoráveis como os de antigamente. Com a evolução da regulamentação de segurança, downsizing e, mais recentemente, a eletrificação, consumidores veem os automóveis mais como meios de mobilidade e menos como máquinas dos sonhos.
Só que aqui, em Autoesporte, queremos virar essa chave. Por isso, nesta lista, separamos cinco carros vendidos em nosso mercado que acreditamos serem futuros clássicos. São opções que provam que a indústria ainda sabe fazer veículos divertidos e com personalidade.
Renault Sandero RS
Podemos dizer que este já é um clássico. O Renault Sandero RS foi lançado em 2015 e saiu de linha em 2021, pelas novas regras de emissão do Proncove L7. Mesmo tendo vida curta, o modelo fez sucesso entre os fãs de hot hatches.
Justifica-se. A receita do RS era simples, e remetia aos esportivos nacionais das décadas de 1980 e 1990, como VW Gol GTi e Chevrolet Kadett GSi: o combo chassi pequeno, motor grande. No Sandero, o cofre, que normalmente recebia motores 1.0 e 1.6, dava espaço ao F4R 2.0, 16V – figura carimbada em modelos maiores da Renault, como o Duster e o Fluence.
Já o câmbio do Sandero RS era manual de seis marchas. O pacote esportivo era complementado pelas rodas de 17 polegadas, freios a disco ventilados nas quatro rodas (também do Duster), bancos do tipo concha e identidade visual mais agressiva, com adesivos, spoiler traseiro e para-choque dianteiro distinto.
Volkswagen Up! TSI
Concorrente direto do Renault Sandero RS no coração dos fãs de pequenos esportivos, o Volkswagen Up! TSI também já tem seu lugar reservado como futuro clássico. Com o mesmo apelo de hot hatch, mas com uma pegada mais moderna por conta do motor 1.0 turbo de três cilindros, o compacto ganhou fama pelo seu desempenho.
Moderno, o propulsor tinha injeção direta de combustível, comando variável na admissão e no escape, e era flex. Com 105 cv de potência e 16,1 kgfm de torque com etanol, cortou em 3 segundos o 0 a 100 km/h do compacto, feito em 9,1 segundos. Além da esportividade, o Up! TSI ainda era econômico: segundo o Inmetro, fazia 13,8 km/l na cidade e 16,1 km/l na estrada, e 9,6 km/l na cidade e 11,1 km/l na estrada com gasolina e etanol, respectivamente.
Embora as versões com motor turbo, especialmente a Speed com apelo visual mais esportivo, ganhem mais destaque pelo desempenho, o projeto do Up!, global, foi inovador para o segmento de subcompactos urbanos. Podemos destacar com grande potencial também as opções Pepper, que tinha diferenciais visuais, e as aventureiras Cross e Xtreme.
RAM Rampage R/T
Outro carro que remete ao saudosismo dos anos 1990 é a RAM Rampage R/T, sucessora espiritual da Dodge Dakota R/T. O modelo ocupa o mesmo nicho de mercado da Dakota, e, com a versão esportiva R/T, trouxe mais pimenta para o já aquecido mercado de picapes no Brasil.
Se a Dakota tinha um V8 de 5.2 litros, a Rampage R/T ostenta o 2.0 turbo Hurricane 4. Os puristas podem até torcer o nariz para o downsizing, mas o conjunto da picape intermediária é muito saudável: são 272 cv que ajudam a levar a picape do 0 aos 100 km/h em 6,9 s.
A Rampage vem ainda com câmbio automático de nove marchas, tração integral e um visual esportivo que agrada até quem não é tão fã de picapes. No interior, a Rampage R/T traz diferenciais, como painel com acabamento em couro e suede com costuras vermelhas, sistema de som da Harman Kardon e um pacote robusto de tecnologia e segurança. Também merece destaque a versão Rebel, com apelo mais off-road, e que tem mesmo conjunto mecânico da R/T.
Jeep Renegade Diesel
As opiniões sobre ele são polarizadas, mas é inegável o impacto do Jeep Renegade no mercado automotivo brasileiro. O SUV compacto que democratizou a marca de origem norte-americana em nosso país também foi inovador pelas suas versões com motor a diesel.
Até saírem de linha, em 2022, essas versões do fizeram do utilitário esportivo a opção a diesel mais barata do Brasil, já que a maioria dos modelos vendidos com esse tipo de motor eram modelos mais luxuosos e de maior porte.
O motor em questão é o 2.0 de quatro cilindros, turbo diesel Multijet. Também utilizado na Fiat Toro, esse propulsor produzia 170 cv de potência e 35,7 kgfm de torque. Sempre acoplado a uma transmissão automática de nove velocidades da ZF, o conjunto mecânico do Renegade a diesel também tinha tração nas quatro rodas com reduzida e diferencial blocante – o que fazia dele o único SUV compacto com reais capacidades para desafios fora de estrada.
Vemos o Jeep Renegade Trailhawk como um postulante ao título de carro clássico. A versão tem apelo visual mais agressivo, além de um modo de condução extra para terrenos rochosos – à exceção dos tradicionais para terra, areia e neve.
Honda Civic G10
A linhagem do Honda Civic já é clássica no Brasil pela robustez, esportividade e confiabilidade. O sedã, muito em decorrência disso, carrega fãs de todos os perfis e idades. Apesar do sucesso de público e crítica no mercado brasileiro, o último Civic nacional deixou de ser fabricado em 2021.
A décima geração do sedã médio chegou em 2016, vindo de uma nota não tão positiva da geração anterior. O último Civic nacional tinha plataforma completamente nova e era equipado pela primeira vez com motor turbo, disponível na versão Touring, topo de linha, e na Si, esportiva com carroceria cupê e importada do Canadá.
Além do motor 1.5 turbo de injeção direta de 173 cv, as versões mais baratas seguiam com o motor 2.0 flex de até 155 cv. Nessa configuração, uma versão que deve ser ainda mais valorizada como futuro clássico é a de entrada, chamada Sport, ofertada nos primeiros anos com câmbio manual, enquanto o restante da linha tinha uma caixa automática CVT.