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Estudantes criam carros que fazem até 715 km-l e iniciam estudos sobre hidrogênio no Brasil
Estudantes criam carros que fazem até 715 km-l e iniciam estudos sobre hidrogênio no Brasil

A Shell Eco-Marathon, a principal competição de engenharia automotiva entre universidades do Brasil e da América Latina, chega a sua 6ª edição com novidades. Pela primeira vez, duas equipes apostaram no hidrogênio como matriz energética. Carros a combustão e elétricos ainda são maioria.


Autoesporte esteve no Píer Mauá, no Rio de Janeiro (RJ), onde acompanhou a trajetória de algumas das equipes participantes e conheceu mais sobre os futuros engenheiros da nossa indústria automotiva. Muitos destes estudantes nem completaram 20 anos de idade e já trabalham em projetos mirabolantes.


Como funciona?
Conheça as categorias da Eco-Marathon — Foto: Divulgação
Conheça as categorias da Eco-Marathon — Foto: Divulgação
A Eco-Marathon (do inglês, maratona ecológica) é dividida em quatro categorias, de acordo com a matriz energética de cada projeto: combustão interna, bateria elétrica, célula de hidrogênio e conceito urbano.


A Shell não cobra a inscrição, mas fica a cargo das universidades e dos alunos a busca por patrocinadores que financiem não apenas o projeto, mas também a viagem e a hospedagem no Rio de Janeiro. A competição começou na última quarta (29) e durou até a sexta-feira (1°).


Veículos "urbanos" têm mais semelhanças com os carros reais — Foto: Divulgação
Veículos "urbanos" têm mais semelhanças com os carros reais — Foto: Divulgação
Além do translado dos estudantes, há também o transporte dos veículos até o Píer. Um aluno da Universidad Capitán Ustáriz, da Bolívia, afirmou que um caminhão levou o protótipo de Cochabamba até a fronteira com o Brasil.


O veículo passou pela Receita Federal e foi colocado em um caminhão brasileiro, que fez o translado final até o Rio. Enquanto isso, os alunos se deslocaram de avião, fazendo escala em São Paulo.


Inspeção técnica
Boxes da Shell Eco-Marathon lembram um paddock de Fórmula 1 — Foto: Cauê Lira
Boxes da Shell Eco-Marathon lembram um paddock de Fórmula 1 — Foto: Cauê Lira
O evento funciona como uma corrida. As universidades têm áreas delimitadas que servem como boxes, onde deixam veículos, ferramentas, computadores e componentes mecânicos. O primeiro objetivo é passar na inspeção técnica. De acordo com a Shell, é a parte mais difícil.


O protótipo precisa atender a vários critérios técnicos para ter a chance de fazer o teste de consumo em pista. Segundo Norman Koch, gerente global da Shell Eco-Marathon, é na inspeção em que cerca de 15% dos competidores são reprovados.


Os técnicos da Shell avaliam o peso, dimensões, visibilidade, freios, design, mecânica, eletrônica, buzina, botão de emergência e até o esforço para entrar e sair do veículo.


O piloto passa por avaliações físicas e psicotécnicas, além de ter a obrigatoriedade de utilizar luvas, macacão e capacete homologados pela FIA, a Federação Internacional de Automobilismo.


O primeiro teste é de frenagem. O protótipo é colocado sobre uma rampa e o piloto precisa testar tanto os freios dianteiros quanto os traseiros. Um inspetor técnico comentou que este costuma ser um dos testes mais cruéis, pois quase todos os veículos utilizam sistemas emprestados de bicicletas.


O teste de frenagem foi uma das grandes dificuldades da equipe boliviana. A Shell obriga que o sistema seja independente para dianteira e traseira, com o objetivo de aumentar a redundância e a segurança.


O time da Bolívia, porém, utilizou o mesmo módulo de acionamento para ambos, fator que causaria a reprovação instantânea no teste. Os alunos tiveram que procurar uma loja de bicicletas e comprar outro conjunto.